sexta-feira, 8 de agosto de 2008

EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZAR É O DESAFIO



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A abordagem dos saberes desenvolvida até o momento nos levou as várias visões do mesmo tema e a análise coletiva do conteúdo exposto que problematizou ambos os currículos. A educação do século XXI como um todo sofre drasticamente uma crise e, no caso especifico do Brasil, ainda em maior escala por que talvez ninguém imaginasse que chegaríamos ao ponto em que nós, educadores e educandos, teríamos à nossa disposição informações relevantes e atualizadas quase que em tempo real.
Entendemos que o papel do governo deve ser o de garantir uma educação de qualidade e de pleno acesso desta a todos os cidadãos. Podemos mudar o quadro geral e sermos transformadores da realidade social e política da nação quando de forma hábil e ética conduzirmos nossos conhecimentos a abordagens do chamado currículo oculto observando, no entanto, que ele hoje em dia já é percebido e acolhido pelos educadores ainda que de forma tímida. O professor que enfrenta uma sala de aula sem o devido conhecimento desse currículo pode se tornar refém daqueles que pretende educar. Ainda vislumbrando essa problemática percebemos outro aspecto importante de conteúdo, o chamado investimento na educação. Não podemos falar de contextualização de ensino sem observar as gritantes variáveis de diferenças de nossa nação. Um pais com dimensões continentais como o Brasil sofrerá sempre de desníveis sociais e educacionais. Políticas educativas bem definidas se fazem necessárias e os meios devem ser efetivamente utilizados para esse fim e não desviados para outros objetivos nem sempre éticos. Os padrões que observamos hoje podem não ser os padrões de anos passados e com certeza não serão os das próximas gerações, mas faz-se necessário uma reflexão profunda e discursiva sobre o tema: O Currículo oficial pode conviver sem o Oculto? Neste cenário atual acreditamos que não. Como pode um professor responder positivamente a uma classe de forma estimulada se como qualquer cidadão ele também tem contas, escola, saúde e moradia para se preocupar? E por cima dessa realidade "oculta" resta a necessidade que os novos tempos cobram de se aperfeiçoar na busca de novos saberes. Como isso ocorrerá se não houver políticas de incentivo aos educadores para o tanto? O Presidente, Luiz Inácio Lula da silva, declarou há alguns anos que o povo brasileiro assistiria ao espetáculo do crescimento, desconhecendo ele tratar-se de utopia na medida em que metade da população nem sabe escrever de forma correta a palavra espetáculo. Ele mais do que ninguém deve saber o que é viver na penúria, privado de tudo, cercado de intolerância, que fez e continua fazendo com que grandes educadores, como Paulo Freire, façam opção por outro país, no caso o Chile, o mais europeizado país da América Latina, que o acolheu e ao seu método de ensino, tornando-o oficial naquele país, que não à toa cresceu a taxas de primeiro mundo nas últimas décadas. Qualquer projeto de crescimento sustentável de um país passa primeiro pelo projeto educacional de médio e longo prazo. Não há como pensar em construir usinas, hidroelétricas ou montadoras de veículos, para ficar apenas nesses exemplos, sem mão-de-obra qualificada, que é formada dentro das escolas.
Como ainda é um país jovem, o Brasil poderá vir a ser uma grande nação, mas para tanto ele precisa aprender a evoluir no conhecimento. Nós, educadores, como transformadores de realidades, precisamos levar o currículo oculto para as salas de aula incentivando nossos alunos a valorizar a importância da arte de pensar. Citamos Edgar Roquette Pinto [...] O rádio é o jornal de quem não sabe ler, é o mestre de quem não pode ir à escola [...], mas esquecia ele que à época rádio, o maior meio de comunicação de então, era um bem restrito a classe mais abastada, assim como o computador é hoje ainda proibitivo a classe de menor poder aquisitivo, o que impede um nivelamento educacional mais adequado em sala de aula. Hoje, falamos em educação transformadora, mas ela jamais chegará se não decidirmos fazer parte de uma nova história, uma educação contemporânea e contextualizada, que forma opinião, que altera realidades, que "desfaveliza" o cidadão, que retira a arma do traficante, que ensina a evitar uma gravidez indesejada, uma educação mais poderosa que aquela gerada nas entranhas dos porões do poder no período de exceção que passamos cujo passado é ainda recente.
O Chamado currículo oculto talvez seja o mais precioso bem imaterial dos últimos tempos, dado que humaniza o processo educacional e dá ao aluno o entendimento sob sua ótica, ou seja, do mundo que o cerca, da atmosfera que vivencia e dos fatores que podem mudar sua realidade. Como disse o mestre Paulo Freire [...] Um dos grandes pecados da escola é desconsiderar tudo com que a criança chega a ela. A escola decreta que antes dela não há nada. [...] O currículo oculto sempre foi ignorado em nossas salas de aula e, no entanto, ele sempre foi fator preponderante nas grandes manifestações políticas em nosso país, tais como as "Diretas já", gritando nas ruas "fora Collor!", sendo decisivo na mudança do seu governante que deixava a desejar. Sim, ele sempre fará parte do nosso tempo de aprendizado, não podemos ser reféns do medo de nos expor, de aprender e acreditar na grandiosa realidade do saber moderno, internet, sms, celular, o contexto tecnológico, ficar, balada, transar o contexto comportamental, divórcio, casamento gay e violência, tudo isso faz parte do nosso dia-a-dia e que se nós nos omitirmos aqui eles estarão lá esperando por nós e por nossos educandos.
Citamos parte da letra de uma música da banda "Ultraje a Rigor", famosa dos anos 80, cujo nome da música era sexo e nela eles cantavam:
"Hoje vai passar um filme na TV que já vi no cinema, "epa"! Mutilaram o filme cortaram uma cena, só por que aparecia uma coisa que todo mundo conhece e quem não conhece ainda vai conhecer, (...) entrei no quarto acendi a luz olhei no espelho o meu estava lá, ainda bem que não esta na TV se não ia ter que cortar, (...) vai ver que é pelas criança, (...) e depois aprende por ai que nem eu aprendi e é uma sorte eu não ser um pervertido".
Essa música carrega uma veia histriônica, mas revela a importância da educação ao observar e tratar dos aspectos que envolvem o homem e o faz ser o que é, já que esse homem como nós o conhecemos é produto do meio em que habita e, ao habitar a escola cabe a nós educandos prepará-lo para o mundo do saber consciente e belo.
http://letras.terra.com.br/ultraje-a-rigor/49200/ Acesso em 02 de Ago 2008
http://www.fm94.rj.gov.br/ Acesso em 02 de Ago 2008
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire Acesso em 02 de Ago 2008


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