terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Relativismo cultural

O Relativismo cultural
 Por Cândido Maynard - 6º Período - Graduação em História

O Relativismo cultural deve sim ser respeitado?

       O homem é plural e multicultural, essa visão de mundo globalizado vai nos cobrar algumas mudanças mesmo que essa globalização não seja por completo globalizada, a questão do relativismo cultural é trabalhar em um entendimento filosófico que acreditar que na relatividade dos conhecimentos e repudia qualquer verdade ou valor absoluto, sendo essas verdades relativas ao individuo.
A visão do ser humano e os valores que dão significado e sentido às   nossas práticas mais diversas é o que a filosofia chama de metafísica.  Toda ação educativa que pretende formar o ser humano, tem sempre  implícita uma determinada concepção do homem, da sua posição no mundo, das suas tarefas na vida, das possibilidades praticas de lidar com ele e formá-lo. (NOVINSKY, 2010)[1]
                Esse relativismo deve ser encarado de forma critica, mesmo por que como afirmou  NOVINSKY “implica em uma determinada concepção do homem” , o relativismo é uma tentativa de tolerância, quando pesamos no outro como não humanizado não existe relativismo e sim dominiação, intolerância e imperialismo, essa visão esta intrinsecamente aplicada ao ideário das nações imperialistas e em sua historicidade como lemos no discurso de Jules Ferry “É preciso dizer abertamente que as raças superiores têm direito sobre as raças inferiores (...) porque têm um dever com elas – o dever de civilizá-las”  (PRIMO, 2009)[2] que buscavam justificar suas ações com ferramentas ideológicas de dominação.
                É verdade que algumas condições de povos islâmicos e outras culturas como a indiana (Regime de castas), são a nós ocidentais agressões sociais e humanas, mas não nos dá o direito que intervir com violência e força, mesmo por que, nós também já utilizamos de ações semelhantes tais como: Escravidão, Inquisição, Eugênia e Etc.
                Em 1929 Freud publicou um artigo que chamou de “O mal-estar na cultura[3]”, atribuindo a ação civilizadora uma função de conter a pulsão agressiva, mas colocou seu êxito em duvida quando definiu a humanidade justamente no cerne da luta. Ele afirmou:
”Assim como um planeta gira em torno de um corpo central enquanto roda em torno de seu próprio eixo, assim também o indivíduo humano participa do curso do desenvolvimento da humanidade, ao mesmo tempo em que persegue seu próprio caminho. Para nossos olhos  enevoados, porém, o jogo de forças nos céus parece fixado numa ordem que jamais muda; no campo da vida orgânica, ainda podemos  perceber como as forças lutam umas com as outras e como os efeitos desse conflito estão em permanente mudança. (Pag 165)
       Acreditamos que alguns fatores devem ser entendidos, as nações que desejam fazer parte do mundo ocidentalizado deverão fazer concessões e vice-versa, essas concessões poderão ou não ocorrer  para que exista equilíbrio e convivência comum e social, não quero dizer que o  Relativismo cultural é de todo uma grande verdade, mas a tolerância sim, entendemos que para nós ocidentais muitos dos atos praticados por essas culturas são grandes barbáries, hoje o mundo islâmico assombra o ocidente, mas a sua religião é uma das que mais crescem no mundo[4] como explicar esse paradoxo? mesmo depois de 11 de setembro de 2001.


[1] Antropóloga, Membro Associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, doutoranda em  História Social pela Universidade de São Paulo.
[2] HISTÓRIA CMTEMPOANEA II – Pagina 12 - (citado por Henri Brunschwing,1960 p. 73-74).
[3] Freud, S. 1929. O mal-estar na civilização. S. E., Rio de Janeiro: Imago.
[4] 20% do mundo - Para elevar ainda mais o grau de importância dessa revelação, pesquisas realizadas ao redor do globo mostraram que o islamismo é a religião que mais cresceu nas últimas décadas, e que essa tendência não mudou depois do 11 de setembro. Em 1973, havia 36 países com maioria muçulmana no planeta; exatos trinta anos depois, eles já eram 47 (VEJA on-line) PERSPECTIVAS O Islã no centro do mundo A religião que mais cresce vive uma hora decisiva. < acesso, 22 de novembro de 2010>
Figura fonte: www.google.com.br

sábado, 20 de novembro de 2010

Entrevista sobre história Oral - (transcrição)





Marcos Vinicius Melo dos Anjos



possui graduação em História pela Universidade Federal de Sergipe (1988) e especialização em docência universitária pela Faculdade São Luis de França (2008) . Atualmente é Tempo Parcial da Faculdade São Luis de França. Tem experiência na área de História. Apresentador do programa matéria prima da TV Record de Sergipe.



LIVROS PUBLICADOS

1. ANJOS, M. V. M. ; CORREA, A. W. M. ; NEVES, M. C. . Sergipe Sociedade e Cultura. Aracaju: s/e, 2007. 176 p.

2. ANJOS, M. V. M. ; CORREA, A. W. M. ; CORREA, L. F. M. . Sergipe Nossa História. Aracaju: s/e, 2005. 96 p.

3. ANJOS, M. V. M. ; CORREA, A. W. M. ; CORREA, L. F. M. . Sergipe Nossa Geografia. Aracaju: s/e, 2005. 72 p.

4. CORREA, A. W. M. ; ANJOS, M. V. M. . História de Sergipe para Vestibulares e Outros Concursos. 1ª. ed. Aracaju: Infographic's, 2003. v. 01. 64 p.

Currículo: http://lattes.cnpq.br/4635875166691601



Desde a sua formação o professor Marcos tem buscado fazer valer a historicidade sergipana com uma busca incansável pelo conhecimento a nossa história através de livros e artigos sobre o tema história de Sergipe.

Foi o editor do primeiro livro eletrônico de Sergipe o SERGIPE CULTURA que esta hospedado no provedor infonet (www.infonet.com.br/sergipecultura), professor da rede estadual de ensino o professor Marcos esta hoje envolvido em um projeto de um novo trabalho sobre a história da capital sergipana para crianças.

O seu currículo explica nossa escolha para compor nosso trabalho seu profundo conhecimento em história de Sergipe e a obstinado preocupação em fomentar O ensino de História Regional e Local; objeto de nosso trabalho.









ENTREVISTADOR : O professor Marcos é alguém, que a gente sabe da historia do professor Marcos, sua preocupação em deixar claro a história sergipana, fazendo com que Sergipe seja conhecido pelos próprios sergipanos? A muito tempo com a criação do site Sergipe cultura, e sabe que essa preocupação não é uma preocupação nova e a gente também sabe que essas coisas elas não são é, desenvolvidas pela academia, são desenvolvidas pelo caráter, pelo amor que a pessoa tem pela terra e até hoje a gente detecta isso ai e hoje até com um programa na televisão, que a gente é “matéria prima”, que preocupa-se com isso mostrar Sergipe para os sergipanos mas professor :

1. PRIMEIRA PERGUNTA : NÓS PODEMOS CONSIDERAR POR EXEMPLO O LIVRO DE HISTÓRIA DE SERGIPE DE 1959, DO PROFESSOR ACRIZIO TORRES DE ARAUJO, ESSE QUE PELA PRIMEIRA VEZ SISTEMATIZOU ESSE TIPO DE CONHECIMENTO UM MARCO NA HISTORIOGRAFIA DO ESTADO DE SERGIPE?

Prof. Marcos. Na verdade nós já temos antes disso muitas coisas produzidas, por que quando a gente coloca como marco a gente esta querendo colocar como marco de um livro didático, então quando um livro didático que foi democratizado que chegou nas escolas e que as pessoas tiveram acesso a este conhecimento, sim ,por que a idéia que se tem até hoje é que Sergipe não tem história, não é ?, quando se depara com um outro livro didático é que as pessoas começam a perceber, mas para você escrever um livro didático você tem toda a fundamentação, toda a fundamentação, toda pesquisa, então é um marco, e ai é importante que diga e se deixe claro que é um marco na questão do livro didático é um momento em que a educação sergipana ela começa a se expandir dado oportunidade a um numero maior de pessoas, e lógico a partir daí, tem muito legal isso essa preocupação que com a valoração dos conhecimentos, de história de geografia de cultura da terra, se bem que depois a gente tem todo um processo de mudança da década de 80, ou seja não tem mais isso nas escolas, fora quando seja na constituição de 88, ai sim é que se retoma. Mas enquanto livro didático, enquanto um material de uso específico, muitas pessoas dizem: - há mas ele não tem um embasamento muito forte, não tem assim um conhecimento detalhado sobre a história mas para o momento que se vivia, para aquele momento, para aquele contexto histórico, para aquele contexto de produção literária, a questão da...da editora do livro, você não tem, hoje você faz um livro em casa, hoje você com uma bom impressora você tranquilamente faz um livro e só vai grampear se brincar você até grampeia ele me casa e tudo mas, mais para o contexto de época é pra uma questão quantidade reduzida das instituições que lecionavam história, formando historiadores comparando-se com hoje em dia, é claro que é uma referencia e referencia que serviu também pra gente escrever o livro da gente de história de Sergipe, ne claro que só ficou só nessa referencia, mas é uma referencia que tem uma base e muito boa e na formação de muitas pessoas que estão ai.



2. DE QUE FORMA O CONSTRUTIVISMO DE PIAGET, VIGOTSKI E SKINNER , ADOTADO COM MAIS ÊNFASE NO BRASIL, A PARTIR DA DÉCADA DE 60, INFLUENCIOU E AGREGOU VALOR AO ENSINO DE HISTÓRIA NO ESTADO DE SERGIPE?

Prof. Marcos. Eu acredito que não, na verdade você tem um grupo de historiadores que pesquisam priorizando as fontes então quando você vai para o construtivismo, você tem .. mais próximo da história oral, claro reservando as sua divisas diferenças mas uma leva de historiadores quem venha até uma década de 80 e dec. De 90 são historiadores que estão priorizando as fontes e as fonte escritas é tanto que tem toda uma contestação da história oral que no meu ver é um absurdo porque uma fonte escrita é uma questão de uma opinião de uma pessoa do mesmo jeito de uma história oral se você tem que na história oral vc tem que fazer uma analise que foi feito do que foi dito de acordo com contexto social, VIGOTSKI E SKINNER, eu creio que tá mais na atuação então isso ai a gente pode buscar a forma de atuar do professor, o professor em sala de aula é mais tradicional ele é mais critico, ele é mais observador, é mais amigo ele é mais próximo, então essas correntes que são correntes da psicologia que vai pra educação, correntes da história da educação ela vai dar um suporte maior na formação do professor em sala, e não na formação do professor em pesquisa, porque em pesquisa ele vai ter contatos com as fontes é o que, o instituto histórico, era não é, com todo respeito, o arquivo publico, o arquivo do judiciário tem muita coisa, os próprios livros de outros autores então essa é uma pesquisa mais técnica mais apurada é aquela questão de você tá olhando o que foi escrito o que foi produzido comparando as fontes as informações e ai sim, mas pra prática em sala de aula eu acredito que vai dar diferença em sala de aula.



3. A EXPRESSÃO “SERGIPANIDADE” ESTÁ EM EVIDÊNCIA. TRATA-SE DE UM TERMO CONTEMPORÂNEO OU JÁ SE TRATAVA DO TERMO NOS ANOS 50 A 80? DE QUE FORMA PODEMOS IDENTIFICÁ-LA DE FORMA MAIS CLARA?

Prof. Marcos. Na verdade sergipanidade é um sentimento, o que fico preocupado é que as pessoas querem, algumas pessoas, querem engessar esse sentimento em um dia, tem emissoras de TV ( comentário – bem brasileiro? ) bem brasileiro bem nosso, afinal o brasieliro é um ser atípico dentro dum projeto mundial,é um outro contexto para se conversar, mas assim a sergipanidade é sentimento algumas pessoas querem engessar, enquadrar o sentimento em uma data, enquadrar o sentimento em um momento e sentimento, você sente,é uma redundância é isso uma questão de pertencimento a pessoa que sente pertencente, vamos lá vamos pensar... por esse prisma muitas pessoas a muito tempo atrás diz assim sergipanidade só não tinha expresso nesse termo, ai sim que a gente vai falar desse termo, houve a necessidade de se pensar um termo para expressar esse sentimento que algumas pessoas defendem que não existe o sergipano porque adota é axé, o pagode coisas da Bahia, de Recife, Rio de Janeiro sei lá e acaba não valorando e conhecendo e ai eu brinco em sala de aula que muita gente conhece a praia do forte mas não conhece a cachoeira de macambira ... muita gente daqui de Aracaju conhece a praia do Francês se apaixona mas não conhece Lagoa Redonda então essa sergipanidade seria isso você gosta saber o que você que você tem aqui, então claro desde muito tempo atrás muita gente gostava de Sergipe agora o termo não, o termo era criado para dar conteúdo pra uma roupagem ai nessa roupagem a gente começa a questionar algumas situações.

Questão da colocação da estátua na Praça Olímpio Campos? Por parte da própria população não foi um sentimento de sergipanidade ?

Sim sim lógico vou ser bem mais prático quando as pessoas pegavam as canoas a um tempo atrás década de 40 e 50 pra ir para região da Atalaia pelo prazer de ter um dia diferente quando começaram a povoar aquela região nossa é sergipanidade quando as pessoas mantem o traço de acender a fogueira na porta de assar um milho há mais isso é coisa do nordeste , sim mais isso tá incorporado é sergipanidade quando as pessoas ficam contente quando uma quadrilha junina sergipana ganha então o fato da estátua ai a gente ver o contraponto quando o cara picha um monumento histórico é falta de sergipanidade, sergipanidade é esse sentimento, sentimento de pertença, se for parar pra pensar, é João bebe água ele tinha um processo de sergipanidade, claro voltado para quinhão dele que era São Cristovão muito forte, quando ele começa a trabalhar essa coisa de não a capital tem que ficar aqui. Um março de fogos para soltar quando voltar, quem é esse cara que veio pra cá agora como intruso, claro se referindo ao Inácio Barbosa, que mesmo vindo para cá quanto intruso nesse pensamento, ele quis da um dinamismo melhoria para o estado. Aracaju hoje como se coloca, é a capital da qualidade de vida, é uma conquista de J. Inácio.

4. A HISTÓRIA NORDESTINA QUANDO OBSERVADA DE PERTO PARECE OBEDECER À MESMA POLITICA DO EUROCENTRISMO. SERIA CORRETO AFIRMAR QUE ELA ESTÁ IDENTIFICADA NAS PRAXIS, QUE HÁ UM “SUDESTE-CENTRISMO” NA HISTÓRIA, OU, NA VERDADE, NÃO HÁ COMO FAZER TAL AFIRMATIVA?

Prof. Marcos. Nossa a gente faz essa afirmação e também tem outra coisa a gente dá para perceber que a própria produção dos livros, até pelo o menos agora em inicio dos anos dois mil era uma produção questão fechada na questão do conhecimento por exemplo o menino tinha que saber há ... Tiete, mas ele não conhecia os rios sergipanos da bacia hidrográficas os as fozes que davam origem a bandeira até hoje as estrelas da bandeira, até hoje muita gente não sabe quês as estrelas da bandeira são as grandes fozes dos rios sergipanos, essa idéia do eurocentrismo e ai puxando para questão do sul é uma coisa muito forte e agente esquece uma coisa o Brasil nasceu no nordeste, você pega Pernambuco principalmente a região de Olinda, de recife aonde eles é encamparam uma luta por eles próprios, tem um bairrismo por esse ponto de vista, tem, é importante? Mas é aquela musica que Elba Ramalho cantou ache que é interessante, claro no sentido de ir ao pé da letra, imagine o Brasil ser dividido e o nordeste ficar independente, lógico quee não estou pregando uma separação, divisão mas a musica mostra que nos temos o que nos orgulhar e quando você vem para Sergipe, a coisa é muito mais grave, por que, por exemplo, pegue qualquer livro do eixo Rio-São Paulo das grandes editoras, ensino médio e vá procurar por exemplo a participação de Sergipe na guerra de canudos. Então você tem tudo, eles falam até que as duas colunas que derrotaram canudos no quarto fogo, o quarto exercito, mas não cita que uma parte, uma coluna que foi para o quarto exercito saiu de Aracaju, você vai para a segunda guerra mundial, é uma coisa muito complicada por que eles dizem o seguinte que ... é o, a população pressionou Getulio Vargas , para que Getulio Vargas declare guerra , teve manifestação ... gente as primeiras manifestações forma em Aracaju os estudantes do colégio Atheneu do colégio Tobias, a invasão da casa dos Madarino, isso não esta relatado em livros do ensino médio.

Você pega todas as idéias estão centradas no eixo sudeste e muita coisa, você tem que é a questão do Lampião que acaba sendo assassinado, como diz um amigo meu brincado: -ele não morreu de morte morrida, mas de morte matada. Ele foi assassinado em Sergipe você tem a história mas você não vê que isso ocorreu em Sergipe, ai eu me questiono? Se por um acaso a questão da guerra de canudos, o movimento tenentista, se Lampião morresse em São Paulo ou no Rio de Janeiro, se a segunda coluna sai do Rio de Janeiro, se o movimento tenentista fosse somente no rio de janeiro, estou citando quatro situações mas tem muito mais.

5. OS LIVROS DIDÁTICOS E A PRAXIS EM SALA DE AULA (EM NOSSO ESTADO) ENCONTRA ESPAÇO PARA VALORIZAÇÃO DA HISTÓRIA LOCAL? COMO DESENVOLVER TAL PREMISSA?

Prof. Marcos. Nossa idéia minha e do professor Vanderlei, professor Luiz Fernando, que você conhece a muito tempo e é bom dizer que a questão do site Sergipe cultura é um apoio ... durante o tempo a gente vem tentando contribuir, como contribuir ? o que é que a gente fazia quando a gente começou a ministrar aula, La na década de 80 que nós começamos eu e Vanderlei? Provavelmente na mesma época 85 e 86, eu em 86, nós começamos a produzir pequenos textos, sobre Sergipe por que não tínhamos livros didáticos e isso não mudou muito. Então destes pequenos textos um trabalho individual sem patrocínio, sem apoio, sem editora a gente consegui chegar um livro de história de Sergipe para vestibular, nossa história para ensino fundamental, nossa geografia ensino fundamental e de cultura, mas para que ? para justamente ter essa base. E o que eu vejo em muitas escolas que tem adotado o livro da gente é que esses livros são estudados de 2º, 3º e 4º serie, mas quando chega de 5º a 8º eles estão casados com os livros de história do Brasil, por que na história do Brasil não tem nada sobre Sergipe, então passa ser uma referencia, por não tem. São pouquíssimos livros, se não me engano um livro da editora, acredito que da editora Ática, não sei faz uma referencia a coluna de Agildo barata passando por própria, tem até uma foto olha que legal ! mas mesmo assim ele não faz referencia ao movimento tenentista e a volta de é Augusto Maynard ao poder como interventor, (...) material é muito pouco e ai nesse sentido, como você falou logo de inicio da questão do programa matéria prima que é uma coisa muito legal que a gente ta tentando fazer isso, eu estou dando suporte pedagógico para o programa alem da apresentação e o viés é esse mostrar Sergipe para os sergipanos e para as pessoas que vieram e adotaram Sergipe, agora como nós colocamos no site que esta a disposição do mundo inteiro tem muita gente de fora de Sergipe que esta assistindo.

A gente estar percebendo o movimento contrario, Sergipe ta criando força e tem aumentado o numero de autores de livros escritos por sergipanos isso é muito bom hoje nos temos um leque fascinante de pessoas que estão trabalhando na contra mão do que tinha até pouco tempo atrás.



6. QUAL SUA OPINIÃO QUANTO A IMPORTÂNCIA DE UMA DISCIPLINA OU TÓPICO DE “HISTORIA DO NORDESTE” NO CURRICULO OFICIAL?



Prof. Marcos. A questão toda é que quando se compara a história do nordeste a história do nordeste ela já perpassa na história do Brasil, então não tem como, por exemplo, começa a história do Brasil falando das capitânias hereditárias, falando da chegada, falando da pecuária quando você fala da interiorização pelo rio São Francisco, automaticamente, das rebeliões,(...)Mauricio de Nassau e ai você vai , você tem um nordeste depois da entrada dos holandeses, (...) esta tendo jeito isso a gente não pode negar, a guerra de canudos, a balaiada, sabinada todos esses fatos, não coma ênfase, mas ai é que ta, se esta nos livros cabe ao professor que pertence a região trabalhar de uma forma mas enfática, poderia até se pensar na história do nordeste,mas eu fico preocupado por que é o seguinte uma disciplina dessa iria tirar aula de história e não de outras, só no currículo você tem 5 aulas de matemática, cinco aulas de português, duas aulas para história e alguns casos três aulas para história, quando você joga história de Sergipe, Na, de Quinta a oitava serie ela já não entra como uma disciplina por que se ela entrar como uma disciplina já vai tirar, no ensino médio entra mas ai você já tira três aula de história sobra uma para Sergipe, e ai você pega história do nordeste, deveria ser feito uma reavaliação com todo o respeito dos meus amigos matemáticos e os meus amigos da questão das letras, então cinco aulas de matemática, cinco aulas de português poderia ser analisado isso, da para si pensar agora como o conteúdo da história ocorrida no nordeste já se encontra nos livros história do Brasil, no ensino médio você tem realmente o trabalho melhor, tem Flavio de Campos, tem Cochiba muita gente que trabalha bem. Então talvez fosse uma redundância e talvez iria atrapalhar o desenvolvimento da história do Brasil em sala de aula, mas é uma discussão aberta.



7. QUAL A SUA CONCEPÇÃO DE HISTÓRIA UNIVERSAL, NACIONAL, REGIONAL E MICRO HISTÓRIA?



Prof. Marcos. Na verdade assim quando agente fala , a gente teve, nós fomos acostumados, fomos treinados a fazer a divisão, quando a gente para pensar com calma tudo é história, e a história ela vai ter, ela é local e ganha uma repercussão, a grande questão é essa, então a gente pega bem assim quando Napoelão chega no Egito encontra a pedra de Rosetá e leva isso é um marco para história mundial mas foi uma situação de história local, vamos lá é importante ter o conhecimento da história mundial como referência é! (...) é importante conhecer a história universal é muito importante você tem que ter a ... por que geralmente existe uma co-relação as vezes demora um pouquinho, como aconteceu no renascimento que ocorreu na Europa, esse renascimento é... quando foi que ele chegou aqui no Brasil ? é importante conhecer a história universal, é importante conhecer a história do pais, agora o eu acredito que a gente tem que ter uma noção, quem tem que conhecer detalhadamente a história da revolução francesa são os franceses, quem conhecer detalhadamente a história da independência norte-americana são os americanos, agora eu enquanto brasileiro tenho que saber todos os detalhes da independência do Brasil e fazer uma relação da questão da liberdade, do que acontecia na frança, do acontecia nos EUA e mais ainda valorar, conhecer a história local, por que na história local você vai perceber os abusos de poder, você vai perceber a organização social a questão econômica e ai a gente começa a se perceber quanto um elemento, como Paulo Freire dizia a gente precisa é ser uma agente da história, a gente não pode ser um objeto da história, então quando a gente começa a conhecer somente a história macro e não conhece a história micro as ações da gente não tem tanta importância assim na concepção d quem ta estudando macro. E ai é necessário se voltar para questão do micro, por que nessa questão do micro é que a pessoa começa a trabalhar a cana-de-açúcar em Sergipe, como é que foi ? a mas eu vou falar somente da cana de açúcar no nordeste, espere ai vamos devagar, tem uma conseqüência, por que é que a gente , como é que a gente vai entender a emancipação política do estado de Sergipe? Como é que a gente vai entender o território que foi tomado pela Bahia ? então é preciso enteder as relações de poder que existiam aqui os senhores de engenho em deterinado momento eles precisavam da Bahia para exportar e a dependência econômica e por ai vai, quando eu conheço o micro e passa a valoração.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

INTOLERÂNCIA X TOLERÂNCIA.



“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” Rabino Saul –Carta ao Romanos 7:19




É verdade que a intolerância é algo que precisa ser domado, para ser uma realidade precisaremos sempre de um referencial, este é o responsável pela percepção do distanciamento e identificação do rumo (observado a pagina 13), sendo algo que faz o EU perceber o não-Eu e deve ser verificado e trabalhado em todas as instancias da educação, observado-se a ressalva inicial implícita na pagina 1 “ Precisamos sempre de um outro, de um “não eu” para que possamos nos enxergar.

Essa observação é muito importante, porque a nossa forma de educar não nos coloca em status de similaridade e sim de igualdade, desde o que se veste ao que se deveriam comer tudo deve seguir um mesmo padrão,”O estranho, só é estranho, porque não nos é estranho. O estranho nos é familiar no inconsciente.” Isso para não nos causar a estranheza, esse padrão é realmente nefasto no entendimento de construir um ser que dialogue com seus semelhantes, entendendo a diferença e desenvolvendo a tolerância.

Hoje 2 de novembro vemos um exemplo de intolerância (Xenofobia nacional), guardado no ideário brasileiro, cultivado pelo mito da “casa grade senzala” (Gilberto Freyre,1933) que nos toleramos e vivemos bem e pacificamente.

VEJA ABUSOS NO TWITTER SOBRE NORDESTINOS E ELEIÇÃO DA PRESIDENTE DILMA

http://kioshi.blogspot.com/2010/11/xenofobia-no-twitter-contra-nordestinos.html

ATENÇÃO ESSE TEXTO CONTERÁ PALAVRAS DE BAIXO VALOR MORAL.

Jaime Pinsky que fala a respeito dessa questão relacionada ao preconceito que diz mais ou menos assim: "Temos apenas opiniões bem definidas sobre as coisas. Preconceito é o outro quem tem... Mas, por falar nisso, já observou o leitor como temos o fácil hábito de generalizar (e prova disso é a generalização acima) sobre tudo e todos? Falamos sobre “as mulheres”, a partir de experiências pontuais; conhecemos “os políticos”, após acompanhar a carreira de dois ou três; sabemos tudo sobre os “militares” porque o síndico do nosso prédio é um sargento aposentado; discorremos sobre homossexuais (bando de sem-vergonhas), muçulmanos (gentinha atrasada), sogras (feliz foi Adão, que não tinha sogra nem caminhão), advogados (todos ladrões), professores (pobres coitados), palmeirenses (palmeirense é aquele que não tem classe para ser são-paulino nem coragem para ser corintiano), motoristas de caminhão (grossos), peões de obra (ignorantes), sócios do Paulistano (metidos a besta), dançarinos (veados), enfim, sobre tudo. Mas discorremos de maneira especial sobre raças e nacionalidades e, por extensão, sobre atributos inerentes a pessoas nascidas em determinados países. Afinal, todos sabemos (sabemos?) que os franceses não tomam banho; os mexicanos são preguiçosos; os suíços, pontuais; os italianos, ruidosos; os judeus, argentários; os árabes, desonestos; os japoneses, trabalhadores, e por aí afora. Sabemos também que cariocas são folgados; baianos, festeiros; nordestinos, miseráveis; mineiros, diplomatas, etc. Sabemos ainda que o negro não tem o mesmo potencial que o branco, a não ser em algumas atividades bem-definidas como o esporte, a música, a dança e algumas outras que exigem mais do corpo e menos da inteligência. Quando nos deparamos com um exceção admitimos que alguém possa ser limpo, apesar de francês; trabalhador, apesar de mexicano; discreto, apesar de italiano; honesto, apesar de árabe; desprendido do dinheiro, apesar de judeu; preguiçoso, apesar de japonês e também por aí afora. Mas admitimos com relutância e em caráter totalmente excepcional.



O mecanismo funciona mais ou menos assim: estabelecemos uma expectativa de comportamento coletivo (nacional, regional, racial), mesmo sem conhecermos, pessoalmente, muitos ou mesmo nenhum membro do grupo sobre o qual pontificamos. Sabemos (sabemos?) que os mexicanos são preguiçosos porque eles aparecem sempre dormindo embaixo dos seus enormes chapelões enquanto os diligentes americanos cuidam do gado e matam bandidos nos faroestes. Para comprovar que os italianos são ruidosos achamos o bastante freqüentar uma cantina no Bixiga. Falamos sobre a inferioridade do negro a partir da observação empírica de sua condição socioeconômica. E achamos que as praias do Rio de Janeiro cheias durante os dias da semana são prova do caráter folgado do cidadão carioca. Não nos detemos em analisar a questão um pouco mais a fundo. Não nos interessa estudar o papel que a escravidão teve na formação histórica de nossos negros. Pouco atentamos para a realidade social do povo mexicano e de como ele aparece estereotipado no cinema hollywoodiano. Nada disso. O importante é reproduzir, de forma acrítica e boçal, os preconceitos que nos são passados por piadinhas, por tradição familiar, pela religião, pela necessidade de compensar nossa real inferioridade individual por uma pretensa superioridade coletiva que assumimos ao carimbar “o outro” com a marca de qualquer inferioridade. Temos pesos, medidas e até um vocabulário diferente para nos referirmos ao “nosso” e ao do “outro”, numa atitude que, mais do que autocondescendência, não passa de preconceito puro. Por exemplo, a nossa é religião, a do outro é seita; nós temos fervor religioso, eles são fanáticos; nós acreditamos em Deus (o nosso sempre em maiúscula), eles são fundamentalistas; nós temos hábitos, eles vícios; nós cometemos excessos compreensíveis, eles são um caso perdido; jogamos muito melhor, o adversário tem é sorte; e, finalmente, não temos preconceito, apenas opinião formada sobre as coisas. Ou deveríamos ser como esses intelectuais que para afirmar qualquer coisa acham necessário estudar e observar atentamente? Observar, estudar e agir respeitando as diferenças é o que se esperada de cidadãos que acreditam na democracia e, de fato lutam por um mundo mais justo. De nada adianta praticar nossa indignação moral diante da televisão, protestando contra limpezas raciais e discriminações pelo mundo afora, se não ficarmos atentos ao preconceito nosso de cada dia.