terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Relativismo cultural

O Relativismo cultural
 Por Cândido Maynard - 6º Período - Graduação em História

O Relativismo cultural deve sim ser respeitado?

       O homem é plural e multicultural, essa visão de mundo globalizado vai nos cobrar algumas mudanças mesmo que essa globalização não seja por completo globalizada, a questão do relativismo cultural é trabalhar em um entendimento filosófico que acreditar que na relatividade dos conhecimentos e repudia qualquer verdade ou valor absoluto, sendo essas verdades relativas ao individuo.
A visão do ser humano e os valores que dão significado e sentido às   nossas práticas mais diversas é o que a filosofia chama de metafísica.  Toda ação educativa que pretende formar o ser humano, tem sempre  implícita uma determinada concepção do homem, da sua posição no mundo, das suas tarefas na vida, das possibilidades praticas de lidar com ele e formá-lo. (NOVINSKY, 2010)[1]
                Esse relativismo deve ser encarado de forma critica, mesmo por que como afirmou  NOVINSKY “implica em uma determinada concepção do homem” , o relativismo é uma tentativa de tolerância, quando pesamos no outro como não humanizado não existe relativismo e sim dominiação, intolerância e imperialismo, essa visão esta intrinsecamente aplicada ao ideário das nações imperialistas e em sua historicidade como lemos no discurso de Jules Ferry “É preciso dizer abertamente que as raças superiores têm direito sobre as raças inferiores (...) porque têm um dever com elas – o dever de civilizá-las”  (PRIMO, 2009)[2] que buscavam justificar suas ações com ferramentas ideológicas de dominação.
                É verdade que algumas condições de povos islâmicos e outras culturas como a indiana (Regime de castas), são a nós ocidentais agressões sociais e humanas, mas não nos dá o direito que intervir com violência e força, mesmo por que, nós também já utilizamos de ações semelhantes tais como: Escravidão, Inquisição, Eugênia e Etc.
                Em 1929 Freud publicou um artigo que chamou de “O mal-estar na cultura[3]”, atribuindo a ação civilizadora uma função de conter a pulsão agressiva, mas colocou seu êxito em duvida quando definiu a humanidade justamente no cerne da luta. Ele afirmou:
”Assim como um planeta gira em torno de um corpo central enquanto roda em torno de seu próprio eixo, assim também o indivíduo humano participa do curso do desenvolvimento da humanidade, ao mesmo tempo em que persegue seu próprio caminho. Para nossos olhos  enevoados, porém, o jogo de forças nos céus parece fixado numa ordem que jamais muda; no campo da vida orgânica, ainda podemos  perceber como as forças lutam umas com as outras e como os efeitos desse conflito estão em permanente mudança. (Pag 165)
       Acreditamos que alguns fatores devem ser entendidos, as nações que desejam fazer parte do mundo ocidentalizado deverão fazer concessões e vice-versa, essas concessões poderão ou não ocorrer  para que exista equilíbrio e convivência comum e social, não quero dizer que o  Relativismo cultural é de todo uma grande verdade, mas a tolerância sim, entendemos que para nós ocidentais muitos dos atos praticados por essas culturas são grandes barbáries, hoje o mundo islâmico assombra o ocidente, mas a sua religião é uma das que mais crescem no mundo[4] como explicar esse paradoxo? mesmo depois de 11 de setembro de 2001.


[1] Antropóloga, Membro Associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, doutoranda em  História Social pela Universidade de São Paulo.
[2] HISTÓRIA CMTEMPOANEA II – Pagina 12 - (citado por Henri Brunschwing,1960 p. 73-74).
[3] Freud, S. 1929. O mal-estar na civilização. S. E., Rio de Janeiro: Imago.
[4] 20% do mundo - Para elevar ainda mais o grau de importância dessa revelação, pesquisas realizadas ao redor do globo mostraram que o islamismo é a religião que mais cresceu nas últimas décadas, e que essa tendência não mudou depois do 11 de setembro. Em 1973, havia 36 países com maioria muçulmana no planeta; exatos trinta anos depois, eles já eram 47 (VEJA on-line) PERSPECTIVAS O Islã no centro do mundo A religião que mais cresce vive uma hora decisiva. < acesso, 22 de novembro de 2010>
Figura fonte: www.google.com.br

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